Composição: Arnaldo Antunes / Dadi
Quando eu quis você
Você não me quis
Quando eu fui feliz
Você foi ruim
Quando foi afim
Não soube se dar
Eu estava lá mas você não viu
Tá fazendo frio nesse lugar
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo em mim
Se eu já me perdi
Quando perdi você
Quando eu quis você
Você desprezou
Quando se acabou
Quis voltar atrás
Quando eu fui falar
Minha voz falhou
Tudo se apagou você não me viu
Tá fazendo frio nesse lugar
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo em mim
Mas se eu já me perdi
Como vou me perder
Se eu já me perdi
Quando perdi você
Mas se eu já te perdi
Como vou me perder
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Tentando Entender Os Cabras ( Mundo Livre S/A)
Para cada sem-vergonha existe uma santinha
Para cada turbinado existe uma putinha
Toda gata deveria virar freira ou senão usar corrente, coleira.
Se divertem nos torturando e nos fazendo pensar besteira
Deve ser algo nas cadeiras dos barbeiros
Ou quem sabe naquelas oficinas
Deve ser algo no carro
Para cada sem-vergonha existe uma santinha
Para cada dominado existe uma putinha
Para cada turbinado existe uma putinha
Toda gata deveria virar freira ou senão usar corrente, coleira.
Se divertem nos torturando e nos fazendo pensar besteira
Deve ser algo nas cadeiras dos barbeiros
Ou quem sabe naquelas oficinas
Deve ser algo no carro
Para cada sem-vergonha existe uma santinha
Para cada dominado existe uma putinha
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
sábado, 8 de setembro de 2007
Corridinho
O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta,
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manha, truque, engenho:
é descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.
Texto extraído do livro "Adélia Prado - Poesia Reunida", Siciliano - 1991, São Paulo, pág. 181.
A multidão em volta,
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manha, truque, engenho:
é descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.
Texto extraído do livro "Adélia Prado - Poesia Reunida", Siciliano - 1991, São Paulo, pág. 181.
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